ANDRÉ ARAÚJO
Andre Araujo é um artista contemporâneo brasileiro, que tem seu trabalho caracterizado pela incorporação do simbolismo, pelo uso de imagens punk e textos marginais, de marcas agressivas e gestuais e pelo fascínio com os chamados out-siders.
A pesquisa de Andre Araujo vem das ruas, que inclusive são fonte de materiais encontrados, coletados e incorporados aos trabalhos. São fragmentos urbanos como fotografias, terra, cartazes, mapas, objetos, suturas e toda sorte de itens que signifiquem afectos e que, incorporados à profusão de tintas ou barro, contribuam para a sua narrativa.
O que o artista busca em seu trabalho é essencialmente a expressão, perseguindo a sensação que emana das coisas para construir seu imaginário pictórico. Andre Araujo, ao longo de sua trajetória, vem realizando exposições no Brasil e no exterior, como nos Estados Unidos, Portugal e Alemanha.
Artista, professor, designer gráfico, diretor de arte do Estúdio Alfavaca, vocalista da banda Carnegão, Andre é cidadão do mundo, o artista atualmente vive e trabalha em Belo Horizonte, MG.
Seus trabalhos podem ser vistos em seu perfil no Instagram:
https://www.instagram.com/andrearaujoartista/
Processo Artístico
“Trabalho em diferentes linguagens e sempre permeadas pela temática corporal e suas significações.
Baseio-me em referências diversas da literatura e da música, com narrativas fragmentadas, apresentadas em um fluxo de consciência que chamo de Expressionismo-hardcore: rápido, distorcido e com três acordes de cores.
Desde o final dos anos de 1980, desenvolvo ampla pesquisa sobre a violência, o medo, o erotismo e a morte. A partir do meu interesse pelo Punk e ao redor dele, volto-me para investigações filosóficas sobre o corpo e suas variantes (fragmento, grotesco, abjeto), onde as imagens são apresentadas de forma vertiginosa e agressiva.
Posso dizer que meu trabalho é uma grande colagem, uma apropriação: proponho aos expectadores desenvolver infinitas interpretações ao acumular fragmentos. Cacos de um grande vitral. A imagem do corpo nos meus trabalhos está vinculada não ao medo da morte, pois essa é certa, mas sim à angústia de viver, do corpo exposto a um existir doído e injusto. A construção da imagem corporal em meu trabalho se alimenta das experiências vividas, da percepção daquilo que existe à minha volta, um corpo -a- corpo com o real. Somos um tempo mutilado.
Meu trabalho também está calcado no pensamento acerca da tanatopolítica, que são práticas características do estado de exceção no âmago de governos democráticos. Exceção e democracia, hoje, não são um o avesso do outro, mas convivem numa contiguidade própria a sistemas mantidos por simbiose. A exceção instala-se como uma técnica eficaz na democracia que nos governa legalizando a morte e indivíduos “matáveis”: a tanatopolítica.”