DANIEL LIMA
Natural de Bragança Paulista, formado em design gráfico, tive desde meu primeiro dia do que posso chamar de ‘rolê punk’, contato com as artes. Lembro bem que um dos primeiros rolês, foi numa exposição coletiva e autônoma, produzida e organizada por figuras marcadas da cena punk da minha cidade, pessoas que são amigas e parceiras até hoje.
Logo de cara, talvez também por estar no interior de São Paulo, onde problemáticas como gangues e todo essa correria de sobrevivência que a cidade grande oferece praticamente eram inexistentes, nunca desvencilhei as artes do Punk.
De lá pra cá experienciei coletivos, squats, crews. Sendo essas vivências dentro do punk, responsáveis para que eu algum dia, me enxergasse como artista. Não consigo ficar parado. Hoje toco nas bandas Perjúrio e Inês é Morta, e faço parte do coletivo DARQ.
Processo Artístico
Meu trabalho como artista discute o abandono, resignificando padrões, formas e manchas. Aborda a necessidade do diálogo e as relações não óbvias entre o um e o outro.
Os trabalhos aqui expostos são colagens, que através de interferências em impressos usando de técnicas como monotipia e pintura, somam linguagens. Do processo fazem parte caminhadas, garimpos, trocas e encontros. O material, as técnicas e a forma como consigo a matéria prima, são primordiais pois refletem a intenção do que quero discutir, que é o abandono, o descarte, o encontro, o desencontro e a resignificação de tudo isso.