PEDRO BRANDÃO
Pedro Brandão é apenas mais um punk da cidade de São Paulo. Foi do grupo de edição do fanzine da União do Movimento Punk por algum tempo e produziu fanzines junto aos diferentes coletivos onde atuou. Tocou nas bandas Terror Agressão, Desarme a PM e Força Ingovernável, onde também produziu materiais. Voltou a desenhar em 2012 enquanto era educador social em um Centro para Juventude no Jd Ângela, periferia da cidade. Na época havia descoberto a sua paixão por histórias em quadrinhos e decidiu se aventurar nessas produções, pouco tempo depois decidiu tentar outra de suas paixões, a animação. Estudou no Centro do Audiovisual de SBC (CAV) enquanto dava oficinas de histórias em quadrinhos junto a adolescentes privados de liberdade na Fundação Casa e, em 2018, se formou no CAV com o curta Glup. Além disso, produziu a HQ “Memórias Fotográficas” contando a história do Jd Ângela e atualmente produz quadrinhos e animações para o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, MTST.
Processo Artístico
“Desenhar tem algo de tortuoso, é enfrentar os limites físicos da minha falta de coordenação motora fina. Então eu já meio que me acostumei a achar que tudo vai ficar uma merda no meio do processo e sentir que até que ficou bom no final. Gosto da sensação de perceber algum avanço; progresso lento ainda é progresso.
Produzir animações, mesmo um curta metragem de 3 ou 4 minutos, é algo que exige muitas mãos. Ai o gif vira uma opção atraente; falo muita coisa com poucos frames. A técnica que eu uso chama-se animação tradigital, é uma emulação da animação tradicional feita no Krita, um software livre de desenho digital.
Como o espaço de tempo pra animar um gif é curto eu busco retratar pequenos momentos, sensações e desejos. Diferente de um quadro a animação me permite dar algum movimento para esses instantes, mas gosto de pensar nelas como quadros em movimento.”