Artista Augusto Miranda

AUGUSTO MIRANDA


Há mais de quinze anos Augusto Miranda ilustra para os cenários do Punk, Metal e em outros setores musicais/literários. Sua inserção se deu junto com a participação em bandas do Punk/Noise/Grind e é na contestação desses segmentos que veio a atuação artística e profissional. Graduado em Artes Visuais e pós-graduado em Linguagens da Arte num desses fast-food de tubarões da educação - com professores de uma humanidade absurda! - é mais um da sul, Professor de Artes na Educação Básica de SP.
O filho de Don’Ana usa do Terror Biopsicossocial vivido por quem não é do eixo/elite e o devolve em sua obra ao cristianismo, ao Estado, às corporações e às classes alta$. Ser de uma periferia paulistana foi o combustível para essa abordagem volátil da realidade e o pavio foi aceso na adolescência e deve ter sido o mesmo com qualquer pessoa lendo esse texto: Ter escutado Ramones pela primeira vez. Também foi muito impactado por Mad Max 2 e Akira e na fase adulta pelo trabalho de Mutarelli e Carl Sagan.


Processo Artístico


Vamos começar com uma confissão:

Eu DETESTO desenhar. Detesto. Tenho inúmeros problemas com o processo de produção artística – Ao longo dele todo mergulho em autorraiva, rancores; as ideias em minha mente SEMPRE saem bem diferente no final – e eu me condeno demais nisso!; os rascunhos são infinitamente superiores ao produto final...
Mas aí temos um ótimo ponto: Arte é Conflito!
Eu preciso e quero vivenciar esse conflito interno, teórico, espiritual, sei lá como se pode denominar essa experiência.
É uma zona de total “desconforto” que gesta a Produção – seja aprovado ou não por quem tenha encomendado, o processo é sempre o mesmo, sempre penoso e a cria que havia de nascer, desbravou seu caminho, nasceu.
É com um rabisco qualquer num canto de folha que começo a arranjar as ideias, para daí passar para o rascunho – apesar da vida curta, sempre prefiro ele! Prefiro o trabalho inacabado, ainda no lápis, sujo, borrado.... É ele que melhor marca o desenvolvimento do trabalho. É o momento em que ponho mais tempo e energia.
Concebida a ideia, vem o esboço na plataforma final – também toma um tempo, e é aqui que percebo a diferença da ideia inicial com o resultado que surge. Então, a finalização.
Penso muito na Produção Artística como esse ser autônomo, truculento, teimoso, exigente, queixoso, faminto, que, para nascer, manuseou seu artista - e não o contrário. Não importa se atende à expectativa ou não.
Quis nascer. Nasceu. Do modo que quis, nasceu.

- Todo Artista Ora Ao Diabo.