Artista Pris Sacrilégio

PRIS


Pris é de Priscila, mãe, fundadora de uma loja de revenda de discos importados, nacionais, CD’s, fitas, materiais de bandas punks, hardcore, metal e suas variações. Chamada Sacrilégio Distro, que também tornou-se selo independente, foi assim “batizada” devido ao repúdio às instituições religiosas que monetizam em cima da fé do povo, pelo falso moralismo cristão que insiste em andar associado à política em um estado, supostamente laico, que só reproduz preconceitos, e à ironia de carregar “deus” no sobrenome!
Interessada por arte, música e política desde muito cedo, começou a desenhar e fazer colagens artísticas desde criança, mas tomou o gosto e ganhou olhar especial pela produção e outras técnicas somente mais tarde. Estudou desenho no Belas Artes mas basicamente trabalha com experimentos de papéis, tintas e atualmente, com orgânicos como folhas e flores. Aprende diariamente com estudos cotidianos e com a vida.


Processo Artístico


“Tudo começa na reunião de materiais. Minha busca é sempre pelos sebos da cidade, mas pouco antes da pandemia ganhei duas coleções de fascículos dos anos 80 junto com o convite de uma exposição em um café vegano local, acho que foi uma das maiores forças que recebi pra continuar, um verdadeiro presente que me incentiva até hoje! O trabalho inicia com infinitas folheadas a fim de criar memória fotográfica e montar possibilidades de colagens na minha cabeça. É como faço com todo o material que reservo pras artes, fixar bem todo o material gráfico disponível é fundamental.

A partir disso, recorto com estilete de precisão algumas possibilidades que me deixam inquieta e guardo para um momento de maior inspiração, que costuma chegar acumulado em algum momento do mês. Geralmente inicio o processo com essas ideias recortadas previamente, mas na hora de cortar mais e montar, sempre é diferente, às vezes surge a ideia de adicionar tinta (nanquim, PVA, guache, até esmalte já utilizei) e brincar com xilogravura de EVA ou esqueleto de folhas, a ideia aparece com a necessidade de criar algum efeito, algumas vezes com xerox em vez da impressão original. Gosto de ver a arte no dia seguinte com a visão mais descansada para poder corrigir ou adicionar mais ideias. Por fim, depois de tudo colado e seco, passo para o scanner e a edição gráfica, que depende bastante do destino que cada arte vai receber.”