CARLOS GERBASE
Carlos Gerbase nasceu em 1959, em Porto Alegre, onde sempre residiu. Ainda quando estudava jornalismo, no final da década de 1970, começou sua carreira como cineasta. Depois de formar-se, em 1981, começou a dar aula na PUCRS na área do audiovisual. Em paralelo, ao lado de três amigos, criou a banda de punk-rock “Os Replicantes”. Entre 1984 e 1989, atuou como baterista, letrista e diretor de vídeos do grupo. Entre 1989 e 2002, passou para os vocais. Já um replicante “aposentado”, teve esporádicos trabalhos musicais, como o álbum “Destrua você mesmo”, de 2017. Foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, onde escreveu e dirigiu dois longas-metragens, vários curtas e programas de TV. Saiu da Casa de Cinema em 2010 para criar a Prana Filmes, onde já realizou dois longas. É escritor, com quatro trabalhos de ficção, duas obras ensaísticas na área do cinema e uma obra didática destinada ao ensino médio. Escreve quinzenalmente uma coluna sobre cultura no jornal Zero Hora.
Processo Artístico
“Sou um ficcionista, isto é, alguém que inventa histórias, com personagens e tramas “de mentira” para falar sobre o mundo “de verdade”. Uso diferentes tipos de linguagens e suportes para contar histórias. Comecei como contista, ainda adolescente, com ambições literárias tradicionais. Ao mesmo tempo, aprendi a fotografar, revelando e ampliando filmes no velho processo químico e analógico. Creio que o cinema surgiu em minha vida pela mistura das palavras (dos textos literários) com as imagens fotográficas. Não me importo muito com a bitola, ou com o orçamento dos filmes. O que me importa é a história que o filme conta, que depende do roteiro e de uma boa performance dos atores e atrizes.
Quando “Os Replicantes” surgiram, não tinha qualquer ambição como baterista. Aprendi pouquíssima técnica, mas compensava com esforço físico e a consciência de que a banda era um trabalho coletivo, de apoio mútuo e constante aprimoramente pela prática. Desde as primeiras letras, usei mais as ferramentas da prosa ficcional (personagens; e tramas com começo, meio e fim) do que as da poesia. Nunca fui poeta. O grupo sempre teve forte apelo visual, e isso era registrado por uma produção constante de vídeos, gravados ao vivo, ou sob a forma de clips. Trabalhei ao lado de jovens e talentosos artistas
gráficos e audiovisuais, construindo aos poucos, de forma colaborativa, a identidade d”Os Replicantes”, que continua forte até hoje.”